O
manifesto do Contador de histórias
O
contador de histórias cria imagens no ar materializando o verbo e
transformando-se ele próprio nesta matéria fluída que é a palavra.
O
contador de histórias empresta seu corpo, sua voz e seus afetos ao texto que
ele narra, e o texto deixa de ser signo para se tornar significado.
O
contador de histórias nos faz sonhar por que ele consegue parar o tempo nos
apresentando um outro tempo.
O
contador de histórias, como um mágico, faz aparecer o inexistente, e nos
convence que aquilo existe.
O
contador de histórias atua muito próximo da essência, e essência vem a ser tudo
aquilo que não se aprende, aquilo que é por si só.
Contar
histórias é uma arte, uma arte rara, pois sua matéria-prima é o imaterial, e o
contador de histórias um artista que tece os fios invisíveis desta teia que é o
contar.
A
arte de contar histórias traz o contorno, a forma. Ritualiza a memória e nos
conecta com algo que se perdeu nas brumas do tempo.
A
arte de contar histórias nos liga ao indizível e traz resposta às nossas
inquietações.
Contar
histórias é uma arte por que traz significações ao propor um diálogo entre as
diferentes dimensões do ser.
Contar
histórias expressa e corporifica o simbólico, tornando-se a mais pura expressão
do ser.
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