Ayvu Rapyta - Palavra Habitada
Somos um grupo de contadores de histórias
que tem como fio condutor as narrativas contadas e costuradas na roca do tempo das culturas.
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domingo, 10 de agosto de 2008

Um amor de verão, as palavras!


Minha relação com as palavras iniciou-se nas férias de julho na casa de praia dos meus avós. Sempre fui aquele neto do contra, aquele que odiava correr na rua com todos aqueles primos chatos, ir atrás de pipa e pra concluir odiava sol!Ia para a praia empacotado e ficava embaixo do guarda-sol odiando aquela bola amarela lá no céu. Sempre reclamava e perguntava por que só íamos à praia quando estava aquele calor infernal?
A partir daí recusava-me a ir à praia e ficava na varanda da casa deitado na rede esperando o lanchinho delicioso da vovó. Até que um dia uma prima minha, mais velha, que já ia enfrentar o vestibular, chegou e disse que eu precisava aproveitar as férias de algum jeito, então me jogou no peito um livro chamado “O Alquimista” de Paulo Coelho.
No primeiro contato ri e disse: “Que capa ridícula!” Mas como não fazia nada mesmo o devorei e li durante todas as férias, apaixonei-me pelo mundo das letras. Li e não entendi nada, mas percebi que chamava a atenção das pessoas quando falava que tinha lido Paulo Coelho. Eu não via nada de mais, pois na verdade tinha odiado aquele tal de alquimista, mas amado as palavras.
Então passei a ler cada vez mais, entretanto, deixei de lado Paulo Coelho e passei a me perguntar por que meu primeiro contato com a leitura não tinha sido com outros autores, passei então a ler Rubem Alves?Hoje o amo e o odeio de vez em quando, pois seus livros me davam e dão sutis tapas na cara que devia levar da vida e faziam-me ter crises existenciais, nas quais ninguém me agüentava, e pra falar a verdade nem eu às vezes.
Mas agradeço ao Paulo que foi o cupido da minha relação com as palavras, e a Rubem, cupido do meu amor pela vida e por ter proporcionado minhas melhores “viagens”, mesmo aquelas que viajei na ”maionese”. Desde então devoro livros, revistas e a parte cultural dos jornais; e vivo escrevendo crônicas, poesias que surgem de vez em quando para alimentar minha alma e me propiciar novas viagens.

Rodrigo

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