
Fazia muito tempo que a contação de histórias estava de lado em minha vida, como um brinquedo que largamos no canto do quarto, ou porque não gostamos ou por necessidade, na verdade, prioridades, que se refletirmos bem, nem são tão prioridades assim... O tempo, este bendito tempo fez com que eu deixasse a literatura da voz de lado. E então logo vi que essa era uma das minhas principais necessidades, uma necessidade da alma. E então aquela ligação de Andréa Cozzi, me convidando para um encontro de educadores e contadores no bosque, mudou tudo. Que felicidade, nunca vou me esquecer daquele dia chuvoso, típico da nossa terrinha abençoada. Lá estava para se iniciar uma nova história, que mudou a minha vida. Lá educadores da rede municipal de ensino se reuniram para levar a contação a suas escolas e fazer disseminar a literatura da voz e todas as suas possibilidades.
E aí foi indo e indo... Nasce o Ayvu rapyta por entre os sábados ensolarados e chuvosos do bosque, tornando aquele local ainda mais bonito e especial.
Fazer parte desse grupo, dessa história, é um prazer para mim. Sinto-me muito feliz a cada reunião, a cada apresentação; ao ver os olhinhos das crianças brilhando com os contos de fada, mordendo os lábios de medo com as histórias saídas das linhas do Walcir, sorrisos tímidos aparecendo após a declamação de poemas. Tudo é tão encantador; momentos que alimentam a nossa alma e que nada paga. Um trabalho que nos dá forças para levar a vida nesse “mundo grave” que anseia por poesia.
Neste fim de ano só tenho a agradecer pelo nascimento do grupo de contadores de histórias Ayvu Rapyta, a todos os integrantes que ajudaram a construir essa história, a todos que nos apoiaram e nos apóiam a todos que visitam nosso blog e compartilham conosco desse amor pela arte, pela palavra falada, habitada em cada um de nós. Que em 2009 esse amor só faça crescer, transbordar e habitar em mais e mais corações!!!
Rodrigo Grilo.
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