Ayvu Rapyta - Palavra Habitada
Somos um grupo de contadores de histórias
que tem como fio condutor as narrativas contadas e costuradas na roca do tempo das culturas.
Buscamos no prazer das leituras, habitar com sonho e magia no coração das pessoas.
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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Roda de histórias na escola Ida de Oliveira

Mas um recorte de aventuras que não podemos deixar em nós, grupo. E que como numa revoada toma formas diversificadas, horas em quantidade grande, horas pequena, horas lideradas por um, horas por outro e assim vão enfrentando as dificuldades que lhes reserva a natureza. Assim somos também, guiados pelas asas de nossa imaginação seguindo o curso natural do existir onde também passamos por algumas dificuldades, mas não medimos esforços para continuar entremeando fio a fio à condução de nossa história que agora em duplas eu (Gilberto) e Sônia teceremos.
E foi num pouso na escola Ida Oliveira no dia 30 de setembro que enchendo seus corredores de alegria e sonoridade cantamos e encantamos com uma releitura da música :
“hoje tem espetáculo”
Oh raia o sol
Se esconde a lua
Tem contadores no meio da rua (bis)
Mamãe, Papai venha vê titia.
Contando histórias para vizinha.


Pousamos na escola que já contava sobre seus quarenta e cinco anos de história num alimentar de muitas outras histórias de pessoas que por ela passaram e hoje voam em outros grupos ou solitárias.
Foi uma tarde de encantamento, diante de uma colcha de retalhos que nutriu nossa imaginação, fomos costurando e apresentarmos ao deleite das crianças que estavam num numero estimado de 200, um repertório que passeou entre “A menina bonita do laço de fita” e “A cor é o que menos importa”.
E nesse universo fascinante de possibilidades que permiti da forma a nossa imaginação. Fomos transformando o ambiente, que foi tomando outro aspecto, ficando com ar mais noturno e sombrio, surge uma procissão que abriu espaço para as lendas e contos de assombração que deixam os olhos mais vidrados e arregalados de entusiasmo e curiosidade, num misto de medo e prazer percebido na aproximação das crianças para o local onde contávamos. Em tom de cumplicidade abrimos as asas da platéia, agora era chegado o momento de cada um contribuir com suas vivências, e a cada nova participação presenteava se a criança com poemas no coração. Virou festa e então cantando a mesma música do inicio fomos começando a desfazer o ambiente era chegada hora de nos “guardar” nos retalhos que montam a memória afetiva de cada um que encanta-se com a simplicidade das narrativas populares por nós aqui revistadas. Mas esse tecer aqui não se encerra deixamos no final do ponto, uma agulha no fio a espera das mãos que conduzirão o iniciar da costura dos próximos recortes que iram compor a continuidade dessa grande colcha onde habita nossa palavra.

Gilberto Silva

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