Ei, você, preste muita atenção:
Pois agora vou lhe dizer
Como em minha vida
Entrou das histórias a contação
O ato ancestral e mágico
Que encanta o coração
Meu pai, nordestino de nascimento,
Homem de poucas letras
Mas de muito conhecimento
Muitas e muitas noites
Com versos de cordel
Fazia meu divertimento
Eram histórias fascinantes
De trancoso dizia ele,
De mulheres tão arretadas
Que no diabo davam até nó
De homens tão espertos que aos
Enganavam só restava a dó
E as histórias ficaram
Durante algum tempo
Em mim caladas
Até que alguém me disse:
Ei acorda, história é pra ser contada!
Vem aprender com uma certa garotada....
A garotada em questão
Era de fato uma mágica trupe
Crianças contadoras de histórias
Encantadores da palavra
Comandados por duas fadas
Eram os meninos do Tuerarup
E descobri em mim então
Um bicho que não se cala
Que transborda e se espalha
Que entra por uma porta
E sai por outra
E se mostra pela fala.
E agora de conto em conto
Vivo aumentando um ponto
Pontos na teia do texto
Pontos na teia da vida
E se mais você quiser saber?
Deixa que depois eu te conto...
Ana Cunha
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