Meu contato com a arte de contar história está ligada a minha infância, uma infância quase que esquecida por conta do corre-corre da juventude, essa fase em que tudo ocorre de forma rápida, intensa, paradoxal e de muitas descobertas. E foi no meio dessas descobertas e de autoconhecimento que a contação de histórias surgiu na minha vida.Foi num mês de festa, de celebração, outubro, Círio de Nazaré, que me deparei com uma pequena - grande mulher, não era a Nazica, era a Selma. E em meio a ensaios do Auto do Círio e companhia para voltar para casa que ela me falou de contar de histórias... Minha antena de jovem curioso se levantou e já passei fazer mil planos na minha cabeça. Uni meu trabalho voluntário na Igreja com a contação e aí a curiosidade foi se transformando num grande amor...Mas voltando a infância, fui convidado em uma das reuniões a abrir o baú da minha infância e relembrar as histórias que a povoaram; lembrei-me das histórias que a minha avó contava para mim e para os meus primos durante nossas férias no Marajó. Era batata, jantávamos as 18:00h por conta da educação militar do meu avô e logo depois dos trabalhos domésticos ela sentava entre os netos e começava a relatar os causos e lendas do marajó, histórias passadas de geração em geração, que sua avó ex-escarava lhe contou e que agora compartilhava com seus netos , até mesmo para nos afastar dos divertimentos de criança do fim do séc. XX e inicio do XXI, como, os videogames. E foi aí que percebi o quanto minha infância estava repleta de histórias, quem sabe o fato de contar, narrar, talvez esteja no sangue, nessa minha teia familiar.Hoje tenho essa arte na minha vida como uma semente que ainda precisa crescer, mas que já é de grande importância. Ligo essa idéia de contar as minhas preocupações enquanto cidadão consciente do seu papel de tentar ajudar na construção de um mundo melhor, ajudando crianças a se encantarem com os livros, com histórias, com a leitura. E o nosso grupo hoje é fundamental na minha vida, conto os sábados para não perder um encontro, me sinto sempre uma pessoa melhor quando volto pra casa depois dos nossos encontros, me alimenta a alma!!! Porém, o grupo é outra sementinha que está lá, persistente, que foi semeada em muitos campos, mas que ainda não consegue se sustentar sem o apoio; e esse apoio depende de nós, que nos comprometemos e que além do comprometimento e muito mais importante, compartilhamos dos mesmos sonhos e acreditamos no poder da palavra!! Vamos compartilhar dessas histórias?Rodrigo.
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