Meus queridos contadores do AYVU RAPYTA...
Que alegria saber que lá se vai já um ano que a palavra enredou vocês todos num laço de grupo!
Esse laço que volteia e teima em unir as pessoas que têm corações na boca é tal qual nó de marinheiro, difícil de desatar!
E esse barco carregado de histórias vai singrando as águas claras do tempo, rumo às águas que brotam dos olhos de todas as pessoas ávidas por ouvirem histórias.
Já pensaram que maravilha essa de poder levantar ondas de sete palmos (de gigante) em que mergulha o desejo do ouvinte de uma boa história? Já imaginaram que festa é o encontro dessas águas? As águas de quem espalha histórias e as águas de quem quer navegar num mar de histórias! E os oceanos de húmus e areias, por baixo, a criarem solo fértil para a memória de leitura de todo aquele que dá ouvido a muitas histórias.
E mais: quem conta oferece cavalos (-marinhos), conduz pela mão, prepara a montaria para o outro, corre ao lado, atravessa a linha de chegada!
Conduzir é ofertar! E esses cavalos-histórias, e essa aves-histórias, essas embarcações-histórias em tantas mãos, viram rodeios, conclamam festivais, inauguram quermesses, planejam rondas ao redor dos altares que todo livro ergue. Que toda história prenuncia. Que todo encontro entre boca contante e ouvido sonhante concretiza.
Esse mundo, ainda que feito pelo poder da palavra (e mesmo subterrâneo), há de ser, na voz de vocês, povoado de palavras-peixes, palavras-algas, palavras-cristais a enfeitarem os reinos escondidos, que se revelam como os corais, em cores e movimentos (já se sabe, delicados!), cada vez que um contador de histórias abre a boca para contar, em qualquer tempo e lugar!
Toda história perfumada pelas palavras habitadas de espíritos benfazejos são flores (de mar e terra) que atapetam a vida de multidões. Que vocês tomem sempre a palavra como corpo e como casa e a habitem com toda a beleza, com todo o respeito, com todo o poder de quem sabe bem o que faz. Uma palavra habitada lança, para sempre, luz ao mundo subterrâneo que uns insistem em chamar de fantasia, mas que agora prefiro chamar teimosamente de sobre-vida. Essa vida, que estando no fundo, está também sobreposta a nós. Porque sem ela, já não somos ninguém.
Pelo pacto profundo de termos ambos escolhido a arte de contar, e com o sopro, divino, de quem pode conclamar, peço-lhes: Faça-se a história! A vossa própria história!
CELSO SISTO
Porto Alegre, 18 de abril de 2009
Que alegria saber que lá se vai já um ano que a palavra enredou vocês todos num laço de grupo!
Esse laço que volteia e teima em unir as pessoas que têm corações na boca é tal qual nó de marinheiro, difícil de desatar!
E esse barco carregado de histórias vai singrando as águas claras do tempo, rumo às águas que brotam dos olhos de todas as pessoas ávidas por ouvirem histórias.
Já pensaram que maravilha essa de poder levantar ondas de sete palmos (de gigante) em que mergulha o desejo do ouvinte de uma boa história? Já imaginaram que festa é o encontro dessas águas? As águas de quem espalha histórias e as águas de quem quer navegar num mar de histórias! E os oceanos de húmus e areias, por baixo, a criarem solo fértil para a memória de leitura de todo aquele que dá ouvido a muitas histórias.
E mais: quem conta oferece cavalos (-marinhos), conduz pela mão, prepara a montaria para o outro, corre ao lado, atravessa a linha de chegada!
Conduzir é ofertar! E esses cavalos-histórias, e essa aves-histórias, essas embarcações-histórias em tantas mãos, viram rodeios, conclamam festivais, inauguram quermesses, planejam rondas ao redor dos altares que todo livro ergue. Que toda história prenuncia. Que todo encontro entre boca contante e ouvido sonhante concretiza.
Esse mundo, ainda que feito pelo poder da palavra (e mesmo subterrâneo), há de ser, na voz de vocês, povoado de palavras-peixes, palavras-algas, palavras-cristais a enfeitarem os reinos escondidos, que se revelam como os corais, em cores e movimentos (já se sabe, delicados!), cada vez que um contador de histórias abre a boca para contar, em qualquer tempo e lugar!
Toda história perfumada pelas palavras habitadas de espíritos benfazejos são flores (de mar e terra) que atapetam a vida de multidões. Que vocês tomem sempre a palavra como corpo e como casa e a habitem com toda a beleza, com todo o respeito, com todo o poder de quem sabe bem o que faz. Uma palavra habitada lança, para sempre, luz ao mundo subterrâneo que uns insistem em chamar de fantasia, mas que agora prefiro chamar teimosamente de sobre-vida. Essa vida, que estando no fundo, está também sobreposta a nós. Porque sem ela, já não somos ninguém.
Pelo pacto profundo de termos ambos escolhido a arte de contar, e com o sopro, divino, de quem pode conclamar, peço-lhes: Faça-se a história! A vossa própria história!
CELSO SISTO
Porto Alegre, 18 de abril de 2009
Não se podia esperar palavras mais emocinantes do que as deste nosso amigo Celso, cavaleiro andante das palavras, pedra preciosa do tesouro que se encontra no reino Amizade, de onde somos habitantes e a distância não atrapalha apenas fortalece a vontade do encontro, beijos querido amigo e muito obrigada em nome do grupo.
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